22 de abr. de 2020

Falha não tem escolha, covardia sim

Não guardo nenhum arrependimento por jogar alguém que amava fora. 
Sempre vivi meus amores com tanta intensidade e verdade que quando acabaram era porque o amor não existia (mais, as vezes). 
Não tem nenhum sentido pra mim viver com a uma dor por escolha.
 Eu escolho doer por viver até saber que não existia motivos pra doer.
 Acho essa forma de entrega uma espécie de força que não me permite me sentir responsável por um fracasso de forma tão crua. 
Coleciono fracassos por não conseguir fazer muitas coisas, mas não por não tentar, não por não me esforçar. Então torna possível mudar o nome disso pra aprendizados: não somos obrigados a saber tudo, a corresponder expectativas que não criamos. Por isso não crio expectativas de algo que não posso ser.
Mas pra descobrir que não sabemos ou não somos, só tem uma forma -tentar. 
E se der o meu melhor e não conseguir?  nem sequer depende de nós. Vem e fica a frustração, fere o orgulho, mas jamais será um fracasso dispensável. 
Não encontro justificativas pra viver com isso, me sentindo covarde e fraca.
Me assusta a quantidade de pessoas que optam por sentir a covardia por medo de uma frustração que pode nem  existir. 
E se existir? não seria por falta de força ou vontade. Falha por algo que não controlamos é mais palatável que covardia? 
Podemos viver a vida sem atos de covardia,  mas jamais sem falhas. Por que escolheria um ato de fraqueza pra fugir de falhas que  ninguém escapa? 

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