22 de jan. de 2013

Carne Viva


A dor de vomitar verdades num rompante é imensa. 
É como se tivesse tirado um peso de todo seu corpo. Mas não qualquer peso. Tiraram sua pele, sua carne.
Você fica em carne viva e latejando, sentindo a ardência das verdades ditas, das magoas criadas e das mentiras proferidas a você como um tapa.
Você sabia que aquilo era mentira, você sabia que aquelas culpas não eram suas, você sabia que não deveria estar ali. 
Então você arranca isso de você e devolve para quem te deu e junto vai metade do seu corpo e da sua paz.
Talvez ninguém mereça verdades tão tuas, tão nuas, mas você estava sufocando e não havia mais o que fazer. Você já tinha pintado elas de outras cores, escondido em outros cômodos, embrulhado-as em papeis bonitos, mas elas sempre estiveram ali, fazendo questão de te lembrar coisas ruins.
Agora tudo foi dito. E você, sensível, precisando de um carinho que te cure a alma e regenere sua fé. Fé de que é possível se doar, sentir, sonhar sem perder parte de si.