3 de ago. de 2010

A Odisséia da Academia


Sempre que pensamos ou vemos sobre Academias de Ginástica nos remetemos diretamente a imagens de pessoas magras, musculosas e "saradas" em geral.

O que nunca se fala - sem ser de forma escrachada- é sobre as pessoas descoordenadas e acima do peso.



Voltei pra academia há uma semana. Como é complicado...

Sou sedentária há um bom tempo e me sinto tão deslocada estando no mesmo ambiente de pessoas que parecem fazer tudo aquilo com a mesma facilidade com que eu durmo!

O primeiro incomodo já começou no vestiário:deveriam existir cabines para que pudéssemos trocar de roupa sem que ninguém olhasse tão fixamente para nós como se tivessem um scanner nos olhos capazes de analisar as outras pessoas dos pés a cabeça.


Depois, a pesagem: Porque o professor sempre tem que fazer alguma piadinha ou comentário? E isso não é privilégio só das gordinhas, quem é magra demais também recebe o mesmo tipo de piadinha.


Pronto, vamos aos exercícios: como é capaz alguém correr tanto tempo numa esteira? Espero que um dia eu seja capaz, porque hoje um minuto para mim já parece uma eternidade. Mas caminhando me sinto aquelas senhoras idosas querendo caminhar para cuidar do coração e não podem fazer isso na rua pois tropeças com facilidade nas calçadas.

Ok, vamos pra musculação.

Os professores parecem sádicos com fogo nos olhos e risada maligna quando fazem questão de dizer: tu vai me odiar, mas amanhã vai estar toda dolorida!

Por que isso? Precisa mesmo ser assim?


Aula de dança: se eu não tivesse chutado - sem querer, é claro - as duas colegas que estavam ao meu lado e não tivesse sentido o meu tornozelo se contorcendo várias vezes, juro que teria sido bem agradável. Afinal, o fato de ser descoordenada eu já sabia e já fui com essa certeza, não foi nenhuma surpresa para mim quando comprovei.


Vestiário Parte 2 - A hora do banho: tomar banho me sentindo toda dolorida e ver que nem uma grama parecia ter saído do lugar já é bem chato. Continuar sendo analisada continua não sendo legal. Mas além disso ainda presenciar a conversa de uma socialite falida e de uma dançarina de casa noturna só me fez pensar...


Mais um dia!

Dicotomia


A grande quantidade de epifanias que me invadem tem uma boa explicação: Minhas antíteses internas que me assombram diariamente me deixando indecisa sobre tudo e todos.
Pois hoje descobri mais uma dicotomia da minha personalidade: uma eremita e a outra que não consegue lidar bem com a solidão.
Neste último final de semana presenciei isso claramente. Num dia inteiro sozinha em casa cambaleei entre a tristeza e a alegria. As vezes até entre êxtase e depressão.
Não entendia bem o porquê, mas ao mesmo tempo em que era delicioso ficar sozinha,costurando, arrumando minhas coisas, fazendo minhas unhas, lendo e vendo minhas séries, parecia que outro ser habitava minha mente me fazendo pensar que estava SOZINHA, sendo esse um substantivo com uma carga enorme de tristeza que tirava toda a minha alegria.
Não sei o que me faz imergir nesses paradoxos que me confundem, mas tenho certeza de que são eles que me seguram onde estou.